

PRAÇA GENERAL OSÓRIO
Fotografias: Equipe do Observatório do Espaço Público.
A PRAÇA
A Praça General Osório, mais conhecida como Praça Osório, situa-se no centro da cidade de Curitiba e é contornada por ruas importantes, como a Rua XV de Novembro, a Rua Comendador Araújo – antiga Estrada do Mato Grosso – e a Rua Voluntários da Pátria. Em meados do século XIX o espaço da praça era apenas um grande pântano formado pelo Rio Ivo. Somente em 9 de fevereiro de 1874 é que o charco foi aterrado e recebeu o nome de Largo Oceano Pacífico e em 1879 passou a se chamar Praça General Osório, em homenagem a um dos principais líderes da guerra contra o Paraguai.
Nesta época, as praças ou largos, como eram chamados, possuíam funções muito específicas, como locais de passagem para pedestres e cavaleiros, locais de pasto para cavalos ou até mesmo para o abastecimento da população com água potável. Contudo, a Praça Osório é um dos exemplos mais claros que podemos ter quanto às mudanças que se deram no contexto urbanístico das cidades brasileiras no final do século XIX e início do século XX. Isso porque diversas obras e alterações na praça previam a necessidade de se pensar o local como espaço de convívio coletivo e até mesmo de lazer, coisas que não tinham tanta relevância até o momento. A Praça Osório passou a ganhar novas mudas de árvore já em 1892, detalhe este que chama muito atenção até hoje de quem passa pela praça, quase toda coberta pela variedade e grandiosidade destas árvores. A partir de 1895, a praça ficou conhecida como ponto de passagem de diversos circos itinerantes e também como local de apresentações musicais, chegando inclusive a ter um coreto para as mesmas. Hoje, a praça não mais abriga estas atrações, porém continua sendo um ponto importante de convivência, de comércio e também de lazer para as mais diversas idades.

Fonte: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória.

Uma das coisas que mais chamam a atenção ao se caminhar pela praça é a quantidade de sombras formadas pelas mais diversas árvores. É possível perceber que a grande maioria são bastante antigas, baseadas em seu porte e tamanho. A ideia de se arborizar espaços públicos, não era comum para os colonos portugueses, o que fez perdurar em diversas cidades brasileiras uma visível separação entre o meio urbano e o meio rural e inviabilizando a presença de árvores no meio urbano. Foi somente em 1892, a fim de higienizar e aformosear praças e demais largos de Curitiba, que a câmara mandou arborizar os mesmos, segundo prescrito da legislação. A criação do Horto Municipal em 1914, veio corroborar com esta nova premissa, produzindo mudas para os mais diversos locais públicos da cidade. Como um exemplo, neste mesmo período, as praças Carlos Gomes e Osório, já possuíam mais de 1.223 árvores ao todo.

Fotografia: Equipe do Observatório do Espaço Público.
Fonte: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória.
Diversos prefeitos realizaram obras de melhoramento na Praça Osório ao longo do século XX. Dentre eles, podemos destacar o prefeito Luís Xavier que, durante seu mandato de 1900 a 1907, mandou pavimentar cerca de 32 mil metros quadrados de espaços em Curitiba, incluindo também neste cálculo a Praça Osório. A praça, a partir de 1904, passaria a contar com serviços de calçamento, terraplanagem e revestimento de toda a área com saibro e pedregulho, construção de calçada com lajes rejuntadas além de calçamento entre os trilhos da linha de bondes. Também partiu deste prefeito as primeiras ideias de instalação de lâmpadas de arco voltaico e o alargamento do trecho de rua que ligava a Rua XV de Novembro à praça, dando origem àquela que é conhecida como “a menor avenida do mundo” e leva o nome do ex-prefeito. Cândido de Abreu, também traria outras melhorias para a praça, como o coreto instalado para as apresentações musicais, principalmente aos domingos. Também é durante seu mandato de prefeito que seria construída a base para a instalação de uma fonte ornamental e das esculturas que ainda fazem parte do atual chafariz. A coluna de granito para a instalação do relógio, que hoje localiza-se logo na entrada da praça, de frente com o calçadão da Rua XV, começou a ser construído neste mesmo período, em 1914.
A PASSAGEM DO TEMPO
Fontes: Centro de Documentação e Pesquisa Casa da Memória e Equipe do Observatório do Espaço Público.